quinta-feira, 28 de julho de 2016

5 coisas engraçadas sobre os Argentinos (Mendocinos)

Fiquei pensando aqui que seria legal fazer uma lista das coisas que mais achei engraçada, bizarra e diferentes nos argentinos, coisas que eu estranhei no período que morei por lá. A ideia era nomear a lista de "5 coisas engraças sobre os Argentinos", mas aí fiquei pensando que só conheci uma região da Argentina e as vezes existem coisas particulares da cidade que fiquei, por isso optei por falar que são 5 coisas engraçadas sobre os Argentinos que vivem em Mendoza, para não generalizar.


1° Eles tomam muito Mate: Certamente em qualquer lugar que você estiver vai ver alguém com uma cuia (que eles chamam de mate mesmo), uma bombilla (tipo um canudo), a erva mate e uma garrafa de água quente. E quando digo que eles tomam muitooo é muitooo mesmo! Nos parques, em casa, em shows, no trabalho. Sempre vão te convidar para uma roda de mate! E algum mendocino me contou (não sei se é verdade) que tiveram que proibir de tomar mate no ônibus porque as pessoas tomavam até no transporte coletivo e aconteceu muitos acidentes de se queimarem com a água quente (muito louco). Se for para a Argentina experimente! É amargo e provavelmente você vai queimar a língua mas é bom.


2° Os ônibus: Nos ônibus de lá, diferente daqui, o preço da passagem varia dependendo do lugar que você vai (quanto mais perto, mais barato). Por isso quando você entra no ônibus tem que informar para o motorista o seu destino final, para ele te cobrar o valor certo. Além disso os ônibus de Mendoza não tem catraca e nem cobrador, você entra e ninguém vai te cobrar, você que tem que ser honesto e ir passar seu cartão. 


3°Os garçons/ restaurante: Gente é muito esquisito isso, sofri demais para me acostumar e todos os brasileiros que conheci brincavam que os bares não gostavam de ganhar dinheiro... Diferente do Brasil que os garçons ficam em cima toda hora, para saber se está tudo certo, para anotar seu pedido e tudo mais, na Argentina era um sacrifício ser atendido, parecia que eles estavam fazendo um favor para nós, fora que demoravam uma eternidade e as cozinhas abrem e fecham pontualmente. Várias vezes fiquei sem comida porque fiz o pedido 00h e eles fechavam a cozinha 00h ou tinha que ficar esperando do lado de fora porque a cozinha abria as 17h30 e eram 17h15. 

4° Tomar café da manhã: Aparentemente as pessoas de Mendoza não tomam café da manhã, estávamos em vários estrangeiros em diferentes casas de família e em nenhuma delas, as pessoas tomavam café da manhã. Talvez seja por isso que dizem que os cafés da manhã em hotéis argentinos são muito fracos e ruins. 

5°Cesta: Isso é uma coisa exclusivamente Mendocina. A cidade inteira para depois do almoço para a famosa cesta, é muito estranho da 13:30h as 17h 17:30h nada funciona, o centro fica um breu e as coisas voltam abrir quando já é umas 18h, hora que aqui no Brasil tá tudo fechando. 

sábado, 16 de julho de 2016

Adeus Marcos...


Parecia sonho, mas foi realidade. Estou cansada de ler e ouvir das pessoas frases clichês como" O gigante acordou", "O dia que entrarei para os livros de história" e outras coisas do tipo. A questão não é se vangloriar por estar saindo para as ruas, a questão na verdade é muito mais ampla, é ir protestar não por 20 centavos, mas por seus direitos.
Ribeirão Preto, 20 de junho de 2013, foi o dia que participei de uma manifestação realmente grande. Ao chegar no ponto de encontro (Esplanada do Teatro Dom Pedro II) me deparei com uma multidão diversificada, mas que aparentemente tinha o mesmo objetivo: Cansados de ficar parados em suas casas estavam, nas ruas. Senti um clima de copa do mundo, mas pela primeira vez debatia-se um assunto sério. Pessoas que eu nem conhecia me ofereceram tinta para pintar o rosto, aceitei. Cheguei de rosto limpo e saí metaforicamente mais brasileira, com riscos verdes e amarelos na bochecha. No meio do caminho um menino cansou de segurar o cartaz que carregava e eu carreguei para ele, da mesma forma quando cansei passei para outra pessoa que também mal conhecia.
Fiquei juntamente com uma galera na comissão de frente(que foi um privilégio e um desprivilegio ao mesmo tempo), fomos aqueles juntamente com centenas de pessoas os primeiros a passar os comandos para uma multidão que passava de 25 mil pessoas. Nunca tinha visto o poder que um aglomerado de pessoas pode causar, os gritos cantados juntos, várias reivindicações, a pacificidade. Foram mais de 2 horas e meia de caminhada totalmente pacífica, bonita e organizada. Estava imaginando o quanto aquilo estava sendo uma experiência única para todos que estavam ali. Porém foi logo após todos cantarem o hino Nacional que a tragédia aconteceu. Um cruel (não tenho palavras para descrever) com um carro típico burguês, sem explicação nenhuma invadiu propositalmente a passeata e atropelou 4 jovens, jovens como eu. A cena horrível que prefiro não me lembrar... Podia ter matado várias pessoas, eu por exemplo, que estava tão perto, perto o suficiente para ver tudo). Uma passeata pacífica levou um jovem de 18 anos para um lugar melhor. Um lugar que não precisamos lutar por injustiças, que não se convive com pessoas loucas e cruéis. 
Ele descansa em paz, enquanto eu, as milhares de pessoas lá presentes, os familiares e amigos dele choramos aqui e lamentamos por esse desastre. E o que começou como um sonho terminou em milhares de pesadelos que invadem noites mal dormidas. O sangue no chão, o desespero, a correria das pessoas, o som do resgate, o medo ao pensar na dor da sua mãe, a revolta sentida pela vontade de querer justiça, os gritos de desespero, os soluços dos amigos que estavam tão perto. A percepção de que não devíamos estar protestando para conseguir coisas que segundo a constituição é dever do Estado nos oferecer. 
Adeus Marcos... Sinto tanto... Não sei o que dizer...

*Esse texto foi escrito alguns dias depois de uma manifestação em junho de 2013, eu tinha 16 anos na época e desde daquele dia sofro com as lembranças daquele dia infernal (sempre guardei esse texto simples com muito carinho, mas nunca quis mostrar para ninguém). Essa semana 3 anos depois, aconteceu um atentado na França em que um caminhão desgovernado invadiu a rua e matou dezenas de pessoas. A única coisa que eu conseguia pensar é que por algum tempo eu já havia sentido aquela sensação de desespero que os franceses e estrangeiros devem estar sentindo (e essa sensação foi uma das piores da minha vida). 

segunda-feira, 11 de julho de 2016

6 on 6: Leitura


Fazia muito tempo que tinha vontade de participar de um 6 on 6, sempre gostei de fotografia e achava super divertido acompanhar pessoas que participavam do projeto para ver os diferentes olhares sobre um mesmo tema. E agora não só vou ver as fotos dos outros como também vou participar! Acho que vai ser uma ótima forma de me força a tirar mais fotos por aí, porque nos últimos meses me tornei uma pessoa bem preguiçosa! Como podem ver eu tinha que postar dia 6, estou 5 dias atrasadas, porque estou de férias e sempre perco a noção dos dias nesse período (Bianca sendo lerda/perdida, para variar). Esse 6 on 6 é especial para mim, o tema é livros /leituras (amo, não poderia ter começado de forma melhor) e fiz uma coisa que há muito tempo tenho vontade de fazer que é tirar fotos da biblioteca que eu mais amo nesse mundo, é um dos meus lugares preferidos na Universidade e perco horas a fim por lá, sem perceber <3
Sempre a achei extremamente fotogênica e queria muito tirar fotos por lá, não fui corajosa o bastante para levar a câmera profissional, então as fotos foram tiradas com o celular porque estava com vergonha de alguém ver hahaha. Mas ainda sonho com o dia de fazer um ensaio fotográfico por lá com fotos em boa resolução... Se alguém quiser ser modelo fica aí a dica... Então vamos lá, as 6 fotinhas que tirei para esse mês...







Essas foram as 6 fotos desse mês (+ a primeira no começo do post que veio de brinde). E além das minhas fotos, tem a foto das meninas: Beatriz, Juliana, Luane e Carla que estão participando do projeto também e super me receberam (Obrigada Meninas, estou adorando poder participar e prometo não atrasar os próximos posts haha), todas são muito talentosas e tem blogs bem legais! 

terça-feira, 28 de junho de 2016

Meu amor por Valparaíso-Chile


Acho que de toda minha viagem e de todos os lugares lindos que conheci, que não foram poucos, o que eu me lembro de estar mais feliz foi quando fui para o Chile e conheci uma cidade que li muito mal a respeito e foi  uma das que eu mais curti ir. Valparaíso. Conheci uma Valparaíso (conhecida como Valpo) que pelo jeito poucas pessoas conhecem, porque pelo o que li antes de ir para lá todo mundo gosta mais de Viña del Mar que é uma cidade pertinho (tipo 15 minutos uma da outra). 
E eu preferi mil vezes Valpo do que Viña. São cidades completamente diferentes uma da outra, cada uma tem seu charme, seu estilo, seu público. Viña é imponente, o lado turístico é bem rico, bonito, organizado, perfeitinho e limpo (não se engane, se você sair do turístico, vai encontrar um lugar feio e pobre, talvez seja por isso que eu não me encantei tanto com Viña, eu conheci além do lado bonito o lado triste da cidade, que provavelmente poucas brasileiros conhecem). E Valpo, bom Valpo já é pobre de natureza (modo de dizer), ela não se divide em bonito e feio, ele é uma coisa só (difícil de explicar), é uma cidade portuária, desorganizada e a quem diga até feiosa (tudo é relativo).


O que me encantou em Valpo foi a vida noturna, as pessoas, o ar de cidade artística. Ela é um museu a céu aberto, você respira arte e cultura. Mas o que fazer por lá? Não existe coisas especificas para se fazer, o ideal é andar pelos cerros da cidade, é lá que as coisas acontecem, sabe aquele lugar que o simples fato de andar sem ter para onde ir te possibilita muitas coisas? Valpo é isso! E é algo que curto muito!


Os cerros que mais gostei foram o cerro Alegre e o cerro Concepción que tem as famosas casinhas coloridas e os grafites mais legais. Pelo que andei vendo lá também é o melhor lugar para se hospedar, e aí que também está a grande diferença do meu encantamento, diferente de muitas pessoas eu passei mais de um dia por lá (duas noites), não fiz bate e volta. E acho que isso me deu tempo de me encantar, de conhecer os lugares escondidos. E te garanto quero voltar, porque faltou muita coisa para conhecer.



Algumas coisas que fizeram a diferença é que eu não peguei ascensor (elevadores) para chegar nos cerros, fiz tudo a pé e te garanto é super tranquilo (é como se fosse andar pelas ladeiras de Ouro Preto) e isso me possibilitou conhecer muitas coisas e explorar muitos lugares e a segunda coisa é que eu estava pobre e quando não temos dinheiro acabamos fazendo as coisas por conta própria e nos permitimos conhecer coisas que guias turísticos por exemplo não nos levariam e que se tivéssemos dinheiro não iriamos (tipo comer o que os locais comem, ir nos restaurantes não dos turistas, mas sim nos que os porteños (a galera que mora em Valpo) vão.



Valpo vai me deixar saudade. Fui feliz lá e se você for para o Chile, dê uma chance para Valpo também! É pertinho de Santiago (1h30) e tem ônibus que saí de 15 em 15 minutos do terminal Alameda (eu fui pela empresa turbus). 

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Eu fui no João Rock: Até que enfim!


João Rock. Multidão. Eu tenho medo de multidão. Medo não seria a palavra mais apropriada, talvez fobia se enquadrasse melhor. Enfrentei o medo. Comprei meu ingresso meses antes. Quase desisti de ir por conta do final de semestre com os milhares trabalhos que tinha que entregar. Mas fui. Fui com medo de me sentir mal por causa da aglomeração das pessoas, sabendo que ficaria madrugadas inteiras estudando para recuperar o final de semana perdido. E não é que rolou? Foi um dos melhores shows da minha vida. Me diverti muito mesmo! Cantei, gritei, dei risada, pulei, aproveitei, curti e passei frio! Mas valeu cada segundo e já quero ir de novo! Cada show me marcou de uma forma, cada música me retomou uma lembrança, foi um festival que me possibilitou rever os fantasmas, colocar ponto final em algumas histórias, seguir em frente. Como um conjunto de shows conseguiram fazer tudo isso? Músicas fazem milagres com a gente, pelo menos é o que eu acredito.
Entrei no festival e o sol se punha, as cores rosas e laranja se misturavam ao som de Nação Zumbi, as pistas de skate, as filas imensas para comprar comidas e o sorriso no rosto na maioria das pessoas que eu vi... A primeira lembrança ressurgiu das cinzas vendo um cara comendo uma maça que estava de calça jeans e blusa xadrez, lembrei de um primeiro amor, por um carinha mais velho que se vestia assim, me dava moral e chegava atrasado comendo maçã nas reuniões que a gente se encontrava. Achei toda essa situação engraçada, comecei a rir sozinha e resolvi comer a maçã que eu também tinha levado na bolsa ao som de Paralamas.
Paralamas tocando, eu rindo, e o mais legal foi poder cantar "óculos" junto com eles! Poxa nem achava que ia gostar tanto desse show. Depois a tentativa de ir mais para perto do palco, me sentir quase esmagada tentando enfrentar a multidão, e arrumar um lugar horrível grudada na grade e perto de um fluxo de pessoas que queriam passar para o outro lado, foi a única hora que me senti agoniada, mas estava quase morrendo quando um cara muito legal que podia me esmagar igual todas as pessoas, trocou um olhar comigo que durou milésimos de segundos e me entendeu tão bem que acabou fechando a passagem que faziam as pessoas chegar até onde eu estava, fiquei muito feliz e agradecida. Carinha gato que foi gentil, meu muito obrigada para você.
Depois começou o show do Nando Reis, foi frustante, triste. Era o que eu mais queria ver, o que eu sabia que iria me emocionar, o mais importante. E foi muito chato, o Nando me decepcionou, ele foi seco, quase rude. Aquela música que tanto me assustava,  que ia me fazer chorar, lembrar do passado e desejar não estar ali, tocou. All star soou nos meus ouvidos e algo incrível aconteceu, não me senti mal como sempre me sinto, me permite cantar como se tivesse tirando um peso (na verdade uma história) das minhas costas, foi muito libertador!
E para fechar uma etapa e começar outra nada melhor do que terminar Nando Reis e começar Natiruts. E caramba Natiruts na minha opinião foi o melhor show que eu assisti, e assisti-los foi muito simbólico, porque saí da minha fase Nando Reis, melodramática, sofrível, para uma fase que estou vivendo agora, aquela sou mais eu, paz e amor, liberdade para dentro da cabeça que não poderia ser mais bem representada pelo show dos Natiruts! Cantei muito, ri, pulei, gritei e me senti feliz como a muito tempo não me sentia. E como eu disse no começo, os fantasmas retornaram, mas fantasmas nem sempre são ruins. Lembrei da minha viagem para o Chile, de uma balada furreca que fui com amigos e da gente cantando loucamente "Sorri, sou rei" no meio de um monte de chilenos bêbados. Me deu saudade, mas me deixou feliz!
E veio Legião Urbana, lembrei do meu irmão, queria muito que ele estivesse comigo (porque ele é fanático como eu), fiquei pensando na geração coca-cola, em como o tempo passa, as músicas mudam, mas as gerações continuam com os mesmos problemas... Saí político, entra político e a gente se pergunta ainda que país é esse? Não imaginava que veria um show do Legião e foi tão legal poder vê-los (pena que não pude ver, enquanto o Renato era vivo) que não tenho palavras para descrever.
E aí rolou tantos outros shows, lembranças, histórias que palavras não seriam suficientes! João Rock foi incrível e só me deu a certeza que a música move não só eu como uma multidão, e isso é indescritível. 

Tenho que agradecer uma pessoinha (que está na foto) que me convenceu a ir e que comprou meu convite antecipadamente! Miga Japa valeu! Obrigada por me convencer e por ser a amiga que tem tantos gostos parecidos que escolheu os mesmos shows que eu. E falando sobre a foto ela está horrível, sem qualidade (foto de celular), mas representa um pouquinho da minha felicidade e foi por isso que postei!