domingo, 13 de novembro de 2016

Fotos: De buenas em Buenos...


A Argentina e eu temos uma história tão complicada de amor que eu não sei lidar... Em menos de um ano eu tive a oportunidade de voltar nessa terrinha que me ensinou e me possibilitou amadurecer tanto no período do meu intercâmbio. Setembro reuni minhas coisinhas e voltei para lá por uma semana, para matar a saudade de tomar água saborizada de maçã, comer empanadas, dulce de leche e falar meu espanhol que as vezes desconfio que é mais portunhol do que espanhol. Só de lembrar meu coração aperta de saudade, as vezes desconfio que tenho uma relação meio mística com esse país... Resolvi compartilhar umas fotinhas que tirei de alguns lugares turísticos do qual visitei nessa última vez, em Buenos Aieres, quem me conhece sabe que não sou fã de capitais, prefiro cidades menores, porém não sei o que aconteceu que voltei mais apaixonada ainda de Buenos e certamente não me incomodei com o fato dela ser uma capital, nem de ser uma cidade grande, até cogito passar uma temporada maior por lá, quem sabe um dia...








Mal passou o tempo e já estou com uma saudade imensa...

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Não existe amor em SP


Eu passei uma semana em São Paulo, já tinha ido para lá, mas nunca para conhecer a cidade realmente, sempre tive uma ideia romantizada da grande metrópole, a cidade cultural, cheia de possibilidades e histórias, recheada de pessoas e lugares. Mas não foi essa cidade que conheci, São Paulo me causou um conjunto de sentimentos contraditórios que beiraram da angustia ao desespero. Não quero negar que existe um lugar bonito, cheio de manifestações culturais geniais, que existem pessoas que se amam e oportunidades únicas, não quero que ninguém me massacre e me julgue por eu dizer que não gostei de SP, enxerguei o belo que existe lá, mas ele não foi suficiente para mim. Mesmo sabendo de todas as coisas boas, as coisas ruins não me permitiram deixar de lado, as sensações obscuras que tive nesses 7 dias. As pessoas correndo como robozinhos no metro, se empurrando, olhando para os pés, aquela não troca de olhar, homens e mulheres se movimentando no automático, quase sempre com pressa. Os mendigos na rua, a pobreza disparada, deixada ali a olho nu e cru para qualquer um ver e no meio disso as ilhas perdidas (bairros e ruas exclusivas) que afastam essa pobreza, a contradição, a desigualdade que tenta soar de forma invisível. As pessoas se acostumaram com crianças pedindo dinheiro, com a correria da vida, com andar mecanicamente pelos mesmos lugares, em aguentar trafego constante ou aturar 2 horas no transporte público para trabalhar ou para voltar a noite cansado para casa. Todos meus amigos me disseram que era falta de costume, que eu precisava de um tempo de adaptação, mas isso era o que não queria, fiquei com medo de realmente me acostumar com tudo aquilo  que eu acho triste e errado, fiquei aborrecida em perceber que certamente se eu passasse ali mais tempo eu iria normalizar tudo aquilo que pareceu assustador aos meus olhos. Nunca na minha vida uma música fez tanto sentido, até essa semana não tinha levado a sério o Criolo com sua música " Não existe amor em SP", mas na minha cabeça ela é a maior definição de São Paulo, é um retrato fiel do que eu senti ao pisar lá, foi a trilha sonora dessa minha experiência.
Saí de São Paulo satisfeita, não por causa de toda a pobreza que vislumbrei, nem por causa de toda a cultura que adquiri, mas sim pela a viagem de autoconhecimento que a experiência me proporcionou, descobri algumas coisas que eu não sabia sobre mim mesma. Não tenho perfil para morar numa metrópole, sou mais sensível do que imagino e agora sei mais sobre mim, sobre meus roteiros de viagem e tudo isso me possibilitou também uma viagem interior, que me mostrou sentimentos, sensações e vontades antes não exploradas. 
SP valeu apena, na cidade pode não existir amor, mas em todos os dias que fiquei lá existiu amor dos meus amigos. Fiquei com pessoas incríveis, visitei lugares únicos e matei a saudade de amigas especiais que fizeram do meu intercâmbio no começo do ano, um grande sonho.  
Ficou uma única dúvida: Será Criolo que "não precisa sofrer para saber o que é melhor para você"?

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Fotografias de uma San Rafael encantada


Essas duas últimas semanas foram tão corridas que eu não consegui nem respirar, hoje em uma das aulas da faculdade resolvi dar um descanso para mim e respirar profundamente, ignorei tudo que estava ao meu redor... Comecei a refletir sobre a vida (sabe aquelas viagens mentais que as pessoas costumam falar que você está no mundo da lua? Foi exatamente isso). E de repente pensei que se eu pudesse escolher um lugar para estar naquele exato momento seria em San Rafael na Argentina que foi onde passei os piores perrengues e os melhores momentos da minha viagem. Fui acampar em um final de semana no meio das montanhas e das represas de San Rafael e na hora de armarmos a barraca descobrimos que ela estava estragada, não tínhamos onde dormir hahahaha. Passei muito frio, muito mesmo, dormi no meio das pedras, numa imensidão de montanhas/mato, no chão duro, mas ao mesmo tempo nunca vi tantas estrelas na minha vida como vi daqueles dias e também acho que jamais vou esquecer o nascer do sol que presenciei ali. Paz de espirito vem quando a gente menos espera e lá foi um dos lugares que me recordo nitidamente do quanto me senti equilibrada. Depois na hora de ir embora tive que ficar uma madrugada inteira na rodoviária porque não tinha ônibus para voltar para Mendoza, foi literalmente uma loucura! Mas foi intensamente bom e por isso que resolvi compartilhar algumas fotos de um dos finais de semana mais intenso e precioso da minha vida. 







sábado, 20 de agosto de 2016

Um insight sobre relacionamentos


Hoje eu tive um insight tão grande que ainda estou com dor no coração de pensar nele. Antes de hoje acreditava que insights seriam sempre bons, porém nem sempre são, o exemplo disso é a história que vou contar.
Quem me conhece sabe que um dos meus maiores sonhos é ser mãe, ter uma família feliz e por mais que deseje muito isso sou aquela pessoa bem de boa, que está vivendo a vida sozinha e que quer abraçar o mundo inteiro nos próximos anos. Tenho uma série de planos do qual envolve mudar de cidade, fazer um mestrado em outro lugar, viajar o mundo, morar por um tempo em outro país, talvez fazer outra faculdade, conhecer diferentes pessoas e por aí vai. E enquanto estou pensando/planejando/querendo tudo isso, a maior parte dos meus amigos começaram a namorar, estão fazendo planos para casar, pensando no emprego que vão ter, muitas vezes pelo resto de suas vidas. E tento a todo momento não me sentir deslocada, mas as vezes é inevitável e acabo me sentindo. Uma das coisas que mais me incomodava nos últimos anos era estar sozinha, engraçado pensar nisso agora, demorei um bom tempo para conseguir assumir isso para mim, talvez eu quisesse estar com alguém porque todas as minhas amigas estavam, porque cresci ouvindo contos de fadas, minha família sempre teve relacionamentos perfeitos para me inspirar ou mesmo porque sempre tive o desejo de casar e ter filhos. De um tempo para cá essa vontade passou, acho que as vezes ela continua dentro de mim, mas outras coisas passaram a ser mais importantes e acredito que ela deixou de ser a prioritária. Sempre disse que estava bem e feliz sozinha, muitas vezes foi da boca para fora, mas desde o final do ano passado digo isso de verdade, nunca fui tão sincera na minha vida. 
Mas voltando ao insight, ele aconteceu hoje, mas o que lhe desencadeou foi uma série de acontecimentos dessa semana. O primeiro foi um amigo que me surpreendeu perguntando se não podíamos ser mais que amigos, fiquei chocada/surpreendida e até agora tenho vontade de rir/chorar. O segundo foi uma amiga me falando uma coisa que nunca ninguém tinha falado para mim e que me fez me enxergar de outra forma. Eu e ela estávamos escrevendo sobre o futuro amoroso dos nossos amigos (tipo uma aposta, sobre o caminho que cada um seguiria), daí no final eu fiquei de falar sobre o que pensava sobre ela e a mesma ficou de escrever sobre meu futuro. Eis que ela me diz que me imagina me estabilizando profissionalmente primeiro, tendo minha casa, dinheiro, viagens e títulos (obrigada por incentivar minha carreira acadêmica) e só depois pensando em namorar/conhecer alguém para constituir uma família ("Bia te acho tão independente, que não consigo te imaginar com alguém tão cedo, porque parece que não, mas quando estamos com alguém temos que abdicar de algumas coisas e não consigo te imaginar assim"). Caramba fez todo sentindo do mundo na minha cabeça e eu nunca tinha refletido sobre isso. No primeiro momento isso parece ótimo né? Mas várias coisas estão passando na minha cabeça depois disso. Primeiro que eu podia dar uma chance para o meu amigo, mas não consigo por n motivos, um deles é justamente minhas prioridades agora serem outras, segundo minha amiga me mostrou uma lado meu que nem eu conhecia, mas parece bem verdadeiro.
Sempre quis estar com alguém, mas como vou estar com alguém querendo mudar de cidade, viajando o mundo sem internet, conhecendo novas pessoas, me apaixonando e desapaixonando por desconhecidos? Eu nunca tinha pensando antes que meus planos são egoístas, não egoístas no sentido negativo, mas por estar sozinha tracei planos que não englobavam mais ninguém além de mim e agora não quero me abdicar deles ou englobar outra pessoa, é como se não houvesse espaço, ou mais que isso é como se eu não quisesse fornecer esse espaço. No momento eu posso tomar minhas decisões sem pensar em mais ninguém, mas se tivesse uma pessoa nessa história, eu  não poderia. E o insight foi esse, caramba eu tenho dois desejos incongruentes, eu tenho vontade de estar com alguém, mas tem muitas coisas que eu quero fazer e que esse alguém não terá lugar. Eu nunca tinha pensado nisso, até o presente momento.
Eu sei que dá sim para estar com alguém que possa te acompanhar em todas as viagens/escolhas/aventuras que a vida te dá, a única questão é que talvez minhas aventuras/viagens/escolhas não foram pensadas para serem dividas com alguém e assim se eu tiver que dividir, um dos dois vai sair perdendo. A maior questão é que no presente momento não quero repartir minha independência e se não quero isso, não tem porque eu querer estar com alguém, antes de me resolver comigo mesma. Daí veio o insight para eu fechar a questão. Não tenho mais desejos incongruentes, porque um passou por cima do outro. Só quero ser feliz, e sei que consigo isso sozinha ou acompanhada, mas no momento minha felicidade é alcançar meus planos e para isso provavelmente estarei sozinha, deve ser porque tenho uma necessidade louca de provar para mim que sou mais forte do que acho e que consigo fazer as coisas sozinha. Preciso provar para mim mesma antes de tudo que sou dona de mim. (Assim minha amiga provavelmente vai acertar na sua profecia).

P.S.: Duas coisas importantes, publicar esse texto foi muito difícil, primeiro porque eu dificilmente falo sobre meus relacionamentos principalmente para pessoas que não são muito muito próximas de mim. A outra coisa importante é que eu adoro essa foto, tirei na praça do Por do Sol em São Paulo e enquanto estava vendo esse cenário pensei que eu poderia ser qualquer uma das duas mulheres da foto, mas que no momento eu preferia ser eu mesmo hahaha 

sábado, 13 de agosto de 2016

Fotos: Existe amor em SP?

Em final de julho fui para São Paulo, e resolvi compartilhar algumas fotos da minha experiência por lá com direito a alguns trechinhos da música do Criolo "Não existe amor em SP", fica a dúvida será que existe amor em São Paulo? Escrevi um texto sobre minha experiência e espero postá-lo um dia, enquanto isso deixo aqui o registro de algumas lembranças.

"Não existe amor em SP
Um labirinto místico
Onde os grafites gritam"





"Encontro duas nuvens
Em cada escombro, em cada esquina
Me dê um gole de vida
Não precisa morrer pra ver Deus"